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02 setembro, 2014

Luto -Mila the beagle se foi...

Mila foi outra beagle que estavam doando, por motivos de não poderem cuidar, nossa segunda adoção canina.
Ela foi comprada num Pet shop da Oscar Freire e foi devolvida por ter mastifgado todos os móveis da casa, o que é natural de um filhote de beagle, são os mais destruidores que conheço rs... acho que nessa de levar tanta bronca por comer os móveis, devem ter quebrado o rabinho...
Então foi para uma casa  onde já tinha um outro beagle... os donos eram obesos e provavelmente os cães pegaram esse padrão de compulsão...

Há três anos atrás quando a pegamos estava gorda que só, parecendo um leitão rs...


Mila foi mandada embora de duas casas, mas eu achei incrivel como ela era sociável, chegou em casa parecendo que sempre morou com a gente e mais bacana ainda: a cocker e ela parece que sempre foram amigas a vida toda, nossos dias eram preenchidos com brincadeiras como a do vídeo.

Yuka estava carente de companhia, há três anos atrás estava em pleno processo de terapia, num curso de autoconhecimento e constelação familiar, eu não estive muito presente nessa época - e hoje penso que Mila estava destinada a morar com a gente, a cocker parou de choramingar...

Eu ficava besta com a inteligência dela, certa vez ela tentou escalar pelo vitrô em arabesco pra tentar pegar a lata de comida em cima da mesa, só deu errado porque a coleirinha enganchou na grade e aí só ouvimos ela latindo desesperada, kkkkk.

Outra coisa que me chamou a atenção em especial, era a beleza dela, nós conseguimos fazer ela emagrecer uns 5 kg, e não tinha um que não notasse sua beleza, uma dog linda!


E as vezes achavamos que ela era o Garfield na versão canina: doida por comida, adorava cochilar e fazia o que queria.
Ela adorava ser escovada, não podia me ver  agachada com a escova na mão que entrava embaixo do meu braço pedindo pra ser escovada. Eu não podia ficar com as pernas cruzadas que ela ficava embaixo pedinddo pra fazer carinho com o pé...

O mais lindo disso é como que duas dogs que nunca se viram, se tornaram as melhores amigas imediatamente, faziam tudo juntas: brincavam, tomavam sol  e até dormiam juntas, no frio era muito meigo, como elas aqueciam uma a outra.
Nos últimos 6 meses a velhice chegou, e ela passava a maior parte do tempo dormindo, levantava pra fazer necessidades, pra comer mas voltava pra dormir... ela adorava dormir no puff que não cabia na outra casa nem nessa.


Um dia eu estava estressada pela montagem da casa, briguei por ter feito bagunça e xixi fora do lugar e literalmente soltei os cachorros nela, claro ficou um dia nem querendo falar comigo... mas cães entendem a linguagem do coração, quando fui pedir desculpas, ela aceitou...  ou seja cães não guardam rancor, só ficam com o melhor de tudo, e isso é uma lição que deveríamos aprender e colocar em prática.

A última traquinagem dela foi entrar na casa do vizinho pra sair cheirando tudo, que era a atividade preferida dela.
Segunda é meu day-off, dia de dormir até tarde, marido deixa comida e água e vai trabalhar.
Acordei com uma sensação esquisita , algo estranho, uma sensação de estar faltando algo...
Não sei como, mas eu não queria ir lá ver a Mila, a casinha fica na lateral da casa... estendi a roupa , aguei as plantas e sempre só a Yuka... nem sinal da Mila aparecer pra vir deitar na grama e no sol...

Quando marido chegou, ele contou...
Minha primeira reação foi que fiquei feliz por ela não ter sofrido como a outra beagle... mas apareceu uma bola de tênis no meu peito, doía , incomodava... fui cheirar manjerona, que sempre uso em caso de luto ou perdas, contei aqui, e claro sempre funciona - a bola diminuiu junto com a dor....

Marido disse que acordou super cedo preocupado com a Mila. Ficou no quintal  instalando umas coisas e de vez em quando a Mila resmungava, fazia um carinho e ela sossegava e ficou nisso por umas  2hrs... quando ele encheu a tijela de água e ela não quis, ele a abraçou e ela partiu nos braços dele...

Eu acho incrivel como as dogs que tivemos chamam meu marido, todas chamaram pra estar com ele na hora de partir, pra se despedir e pra ter calor humano nessa hora, elas falam com o coração. As duas beagles esperaram ele chegar pra se despedir e morrer no colo dele...

Ainda dói... mas a gente aqui pensa que ela estava destinada a morar com a gente, que ela aproveitou bem, brincou, fez uma amizade linda com a cocker, dormiu na grama que ela adorava, enfim, ela foi feliz!
Só fico pensando que além de tudo, ficarei com saudades de mexer na orelhinha dela, a coisa mais macia do mundo pra mim... e sentirei falta de ter um cão embaixo do meu pé pedindo pra fazer carinho...

 
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